"Diácono Marcelo Araújo na Praça de São Pedro - Vaticano"
Foto: João Gabriel
Confira a Entrevista!
O Jornal: Como descobriu sua Vocação?
Diác. Marcelo: O chamado ao Sacerdócio é um misterioso desígnio de Deus. Descobri minha vocação através da presença de Deus nos momentos marcantes de minha vida. Toda a minha infância foi dentro da Igreja; participando dos mais diversos movimentos que nela existem. Posso afirmar que foi amando e servindo a essa Igreja, desde criança, que senti no coração tal chamado e descobri que minha vocação era fazer parte dela, como Sacerdote.
O Jornal: Durante o seu tempo de seminarista o que achava das Missas diárias, da equipe formativa e do seminário?
Diác. Marcelo: A Missa diária que acontecia no Seminário de São Pedro era momento propício para reflexão sobre a minha vocação. Cristo que havia me escolhido para esse serviço, através da Eucaristia cotidiana no Seminário, me fornecia talentos e coragem para que eu pudesse corresponde às expectativas da formação. A Missa me fortalecia para enfrentar um longo dia de estudos e atividades.
A equipe de formação sempre foi instrumento de crescimento e aprendizado para mim. O Seminário de São Pedro foi para mim, casa e escola, não apenas de formação acadêmica, mas também de formação humana.
O Jornal: A escolha do Sacerdócio é difícil?
Diác. Marcelo: Como falei anteriormente, o Sacerdócio é um mistério. Como toda e qualquer escolha na vida requer esforço e dedicação, também as escolha para a vida sacerdotal é um momento de muita reflexão. Deixei tudo para seguir a vocação para a qual fui chamado. Tenho a certeza de que não fui eu que escolhi ser padre, mas Cristo que escolheu a mim. Quando abraçamos com amor e seriedade a vocação, esta se torna mais fácil de ser vivida. Sou convicto de que, se Cristo me chamou, certamente me dará as forças necessárias para cumprir tal missão.. Sei, ainda, que Ele não me escolheu por merecimentos meus. Se algum merecimento eu tenho, é tudo ação de graças Dele e graças a Ele.
O Jornal: O que acha que irá sentir quando estiver sendo ordenado Sacerdote?
Diác. Marcelo: O momento da Ordenação é muito emocionante! O que eu senti na hora da minha Ordenação Diaconal foi a graça e o poder de Deus descendo sobre mim. Sei que na Ordenação Sacerdotal não será diferente. Tudo é graça!
O Jornal: O que pensa que mudará na sua vida?
Diác. Marcelo: Toda e qualquer escolha que fazemos na vida exige mudanças e renúncias. Na escolha pela vocação sacerdotal não poderia ser diferente. A partir do momento que deixamos tudo e abraçamos uma vocação, tudo muda em nossa vida. No que diz respeito ao sacerdócio, minha vida toda estará voltada para a Igreja de Cristo. Fui chamado pela Igreja, formado pela Igreja, serei ordenado e consagrado pela Igreja e na Igreja.
O Jornal: Para você, o que é ser Padre?
Diác. Marcelo: Ser padre não é uma profissão, algo que escolhemos, que depende apenas e exclusivamente da decisão da pessoa. Ser padre é vocação; é estar a serviço dos outros. É Deus quem chama os homens para entregarem suas vidas a serviço do Reino. Ser padre é um mistério, algo que a razão tem dificuldade de explicar. O padre é alguém que foi tirado do meio do povo, consagrado e devolvido ao povo para servi-lo. Enfim, o padre é um ser humano, consagrado a Deus e à Igreja! Mas um ser que busca a graça de Deus, que quer dividir a alegria do seguimento de Cristo com seus irmãos e irmãs.
O Jornal: Temos certeza de que, ao longo deste ano foram vários os momentos marcantes em sua vida. Compartilhe conosco alguns desses momentos especiais?
Diác. Marcelo: O primeiro momento marcante em minha vida, neste ano de 2011, foi o início do “Estágio Pastoral” na Paróquia de São Pedro Apóstolo – Várzea. Deus me deu a graça de iniciar meu estágio numa Paróquia tão rica em fé, cultura religiosa e amor aos vocacionados. Desde já, sou imensamente grato ao Pe. Luiz Martins e a todos os paroquianos, pela acolhida sempre dispensada e pelo cuidado especial que sempre tiveram para comigo. O segundo momento feliz foi o da minha Ordenação Diaconal, ocorrida em agosto. Outros tantos momentos especiais aconteceram no decorrer desse ano, e aqui cito a festa de Nossa Sra. da Piedade, em Espírito Santo; as celebrações do mês de maio (momento forte e de demonstração de amor dos filhos para com a Mãe do céu); a festa de São Pedro, e tantas coisas importantes que Deus me proporcionou viver na Paróquia de São Pedro.
O Jornal: Sabemos que o mesmo viajou a Roma. Comente um pouco sobre essa viajem; se esteve próximo ao Papa e como se sentiu.
Diác. Marcelo: A minha ida a Roma foi um presente de Nossa Senhora; disso eu não tenho dúvida! Tive a graça de ir várias vezes à Praça de São Pedro, no Vaticano, juntamente com os milhares de peregrinos que lá estavam renovando sua fé na Igreja. Os dias em que estive na Cidade Eterna foram, sem sombra de dúvida, dias de graças e de renovação na fé que professo e na vocação que abracei. Estar junto ao túmulo de São Pedro me fez sentir a força da vocação; de lá sai mais fortalecido e convicto de que o meu lugar é servindo a Igreja; trabalhando pela Igreja e servindo a essa mesa Igreja, edificadas sobre os Apóstolos. No domingo – 16/10 – Deus me deu a feliz dádiva de poder participar da Missa Solene presidida pelo Santo Padre, o Papa. Além do mais, tive o privilégio de poder ajudar na distribuição da santa Comunhão. No coração somente alegria e agradecimento a Deus pelos momentos vividos, onde as palavras não seriam suficientes para exprimi-los.
O Jornal: Por fim, deixe-nos um conselho!
Diác. Marcelo: Aos que sentem no coração o desejo de servir a Igreja, seja como padres, religiosos (a), leigos consagrados, que não hesitem em dizer “sim” ao chamado de Deus. Servir a Igreja de Jesus Cristo é o mínimo que podemos fazer, enquanto cristãos, para aquele que tanto nos ama. Vale a pena ser cristão! Vale a pena ser Católico! O mundo precisa saber disso. Precisamos ser anunciadores desta boa notícia. Tudo é graça em nossa vida! Sim. Mas é preciso corresponder a ela com generosidade. Pela intercessão da Santíssima Virgem Maria e do glorioso São Pedro, peçamos a Deus a graça para trabalharmos sempre na fé e na esperança, afim de que, a nossa Igreja seja uma comunidade de fraternidade, amor e união.
Que Deus nos abençoe hoje e sempre!